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quinta-feira, 28 de abril de 2011

Municípios podem sofrer com acúmulo de danos causados por chuvas

"Santana do Mundaú continua abandonada”, afirma Ronaldo Cardoso, um dos coordenadores da Defesa Civil do município.

Após previsão de que a chuva caia sobre Alagoas com intensidade semelhante a que ocorreu no ano passado, oficiais da Defesa Civil estão prevendo que os possíveis danos se acumulem aos estragos causados no ano passado. Denunciando extrema lentidão na construção das casas em municípios atingidos pelas enchentes, servidores do órgão dizem estar ‘sem argumentos’ para convencer a população a permanecer nos abrigos provisórios. 

Durante uma reunião ocorrida na manhã desta quinta, 28, entre coordenadores da Defesa Civil municipal, e o coronel Romeiro, que coordena a Defesa Civil Estadual, foram divulgadas estratégias na tentativa de diminuir os prejuízos causados com o que pode ser uma próxima tragédia natural ocorrida em Alagoas.

De acordo com o coronel Romeiro, o Corpo de Bombeiros e os municípios contam com duas ferramentas: uma sala de alerta e um radar meteorológico. Na prática, os coordenadores da Defesa Civil estão sendo alertados sobre os perigos das chuvas e já está ocorrendo um mapeamento das áreas de risco. 

No entanto, a identificação dos locais onde as pessoas correm riscos de perder suas casas – ou suas vidas – não é solução suficiente para alguns servidores da Defesa Civil, que atuam nesses municípios e presenciam diariamente a convivência das vítimas das enchentes anteriores que residem – de acordo com o plano de reconstrução, provisoriamente - em acampamentos montados de forma emergencial. 

A população está abandonando as barracas e retornando para suas casas. Esses acampamentos hoje são uma espécie de elefante branco. Santana do Mundaú continua abandonada”, afirma um dos coordenadores da Defesa Civil daquela cidade, Ronaldo Cardoso. “Essas casas estão demorando muito tempo para ser construídas. São apenas 60 pessoas trabalhando na construção de mil casas”. 

Também coordenando a Defesa Civil de Santana do Mundaú, Nilo Miranda citou as condições precárias em que vivem os moradores daquela cidade após as enchentes. “Uma pesquisa aponta que 80% da população em Mundaú sofre de problemas psicológicos. Nada foi resolvido” afirma. “As pessoas tem problemas de higiene, de privacidade, de convivência, alcoolismo e drogas”, emenda. “Eu mesmo moro em uma área de risco e estou reconstruindo minha casa. Meu vizinho, um senhor de 92 anos, está gastando o que pode e o que não pode para reconstruir a casa dele. Mas isso não acontece porque ele quer, é porque ele simplesmente não pode mais esperar”, confirma. 

Afirmando reconhecer os problemas, o coronel Romeiro apelou pela necessidade de ‘usar a razão’. “Eu se que dói ver as pessoas convivendo desta forma, mas é preciso que vocês visitem essas pessoas e não deixem que elas voltem às suas casas, caso contrário, são vocês que estarão assumindo as responsabilidades, e nós já sabemos a gravidade do que pode acontecer”, explica o coronel. 

As enchentes que ocorreram em julho do ano passado deixaram, em Alagoas, mais de 74 mil desabrigados. À época, a Secretaria de Estado de Infraestrutura estimou a reconstrução de 19 mil casas com um custo de R$ 590 milhões. O órgão informou, por meio de assessoria, que as obras mais adiantadas estão em Rio Largo, União dos Palmares e Quebrangulo, cujo prazo de entrega é para o início do segundo semestre deste ano. Já em Santana do Mundaú, segundo a Seinfra, houve um atraso devido à liberação do terreno.

Por: Gazetaweb.com
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Um comentário:

  1. É incrível a falta de respeito com todos deste município. Mundaú cidade subdesenvolvida, que necessita de assistência...
    Em Pernambuco falta pouco para liberar as casas para moradia. Em nosso estado...???

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